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7 de setembro de 2024

Grandes grupos econômicos festejam aumento de impostos

Acordo entre o Ministério da Fazenda e a Câmara de Deputados vai impor alíquota do imposto de importação de 20% nas compras de produtos internacionais de até 50 dólares.

Até agora, os itens eram isentos de imposto de importação; pagavam 17% de ICMS, um tributo estadual.

Com a investida dos lobbies das grandes redes, principalmente varejistas (cama, mesa, banho, roupas e itens para o lar e brinquedos) os políticos deram um “jeitinho”: aprovaram a taxação em votação simbólica – quando não aparece o voto de cada parlamentar. Na real, uma burla legal ao interesse coletivo porque impede o adequado acompanhamento de como age o eleito no Congresso.

A vitória das companhias nacionais vai diminuir o apetite dos brasileiros pelas “bugigangas” que são produzidas na China? Nao, não vai.

Temos mais de 40 milhões de potenciais consumidores que se acostumaram a comprar via e-commerce.

A limitação em 3 mil dólares para uma só remessa dos produtos chineses da Shein, Shopee etc, em nada vai diminuir as compras.

Por um motivo simples: são essas mesmas redes de varejo, que conseguiram impor a tributação, que adquirem mercadorias lá, na China, a alguns cents de dólar, em quantidades enormes, distribuídos por contêineres e contêineres…

As compras que a filha do Lira, que a filha do Alexandre de Moraes, que a Janga – e que milhões e milhões de consumidores fazem – certamente não iriam fechar os conglomerados que berraram nas conversas reservadas no Planalto.

É assim que se faz política. Com medo.

Quando Fernando Collor abriu o mercado nacional, a indústria chiou, esperneou. Principalmente, a indústria automobilística.

Tínhamos “carroças”. Desde então, o capitalismo impôs transformações e os veículos de hoje são bem mais modernos enquadrados num modelo global de produção.

O que aconteceu? As nossas indústrias tiveram de se adaptar, se modernizar, reduzir custos, enfim, COMPETIR.

Agora, no caso das “bugigangas chinesas” quem tem medo de competição?

Afinal, não estamos no capitalismo liberal onde o mais apto se dá melhor?

Ah, não. Agora precisamos de proteção do Estado.

Os colunistas são responsáveis pelo conteúdo de suas publicações e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Upiara.

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