Alguns dos maiores nomes das áreas de inovação e negócios do país estarão em Balneário Camboriú, nesta terça e quarta-feiras, no evento Tomorrow 2024. Entre os palestrantes estão Stephane Domeneghini, André Diamand, Walter Longo, Arthur Igreja e Raul Juste Lores.

O encontro é promovido pela Thórus Engenharia.

Cristiano Schneider Thórus, fala, nesta entrevista, sobre as tendencias para a indústria da construção civil.

Quais são as novas tecnologias no setor da construção e como isso vai impactar?

A inteligência artificial será cada vez mais utilizada. Já está na área da construção há algum tempo. E será cada vez mais nas vendas, na segurança do trabalho, na análise de imagens sobre patologias dos prédios.

Por exemplo: aquelas pastilhas caindo… já é possível fazer a análise com foto geotérmica. A inteligência artificial permite saber quando será necessário fazer a manutenção. Daqui a dois anos essa tecnologia estará em todos os lugares.

Os robôs também virão para a indústria da construção civil?

Sim. A robotização nas construções está em momento experimental na montagem de formas, levantamento de paredes, por exemplo. A robótica estará nas obras daqui a três, quatro anos. E daqui a dez anos os robôs estarão plenamente integrados ao processo construtivo aqui.

O tempo de construção de uma obra vai diminuir?

Na China, na Coreia do Sul uma obra industrializada é montada em 30, 40 dias. Esta tecnologia, de obras pre-moldadas é mais cara do que o modelo tradicional.

O setor está em crescimento?

A construção de prédios podem durar alguns anos e o financiamento de obra hora em torno de 60 a 72 meses. A taxa de juros, no Brasil…havia uma perspectiva de queda, mas agora com o dólar alto, teremos de acompanhar.

Por exemplo: com taxa Selic de 10 a 12% ao ano, quem quer financiar R$ 160 mil precisa ganhar R$ 7 mil por mês.

E falta gente para trabalhar na construção…

Sim. Este é um grande problema. Então, temos de aumentar o salário. Um pedreiro experiente hoje ganha mais do que um engenheiro recem-formado. Porque é a inevitável lei da oferta e da procura.

Os negócios estão bons?

Nossa empresa é fornecedora para construtoras. Atendemos obras grandes. Nossos clientes nos contratam dois anos antes. Então, no primeiro trimestre deste ano vendemos o dobro do que foi no primeiro trimestre de 2023. No começo do ano passado, o mercado se retraiu e ficou esperando como seria o governo Lula.

A verticalização das cidades médias e das pequenas empresas expansão econômica é algo natural. Há quem diga que prejudica a qualidade de vida, reduz insolação, diminui o verde…

O momento de vida de cada um define onde escolhe morar. As cidades que mais geram empregos são as cidades verticalizadas. A verticalização aproxima as pessoas e também são essas cidades que mais se desenvolveram.

Há um marketing muito grande de construtoras em relação ao prédio mais alto do mundo, em Balneário Camboriú. O que isso agrega?

Isso traz turismo, gera renda no comércio, cria empregos. Temos de lembrar que “emoção vende; a emoção é algo muito forte na hora de tomar decisão. Ganância e inveja são elementos naturais nas pessoas.

Quanto vale o metro quadrado em Balneário Camboriú?

Na quadra mar o metro quadrado pode valer R$ 50 mil. E também na frente mar na Praia Brava, em Itajaí. Talvez construir prédios tão altos, como o Triumph Tower resulte numa margem de lucro menor, mas coloca a construtora em outro patamar.