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8 de setembro de 2024

Joinville merece muito mais

A Arteris Litoral Sul, concessionária que administra a BR-101, apresentou projeto de melhorias na rodovia. No trecho de Joinville está prevista a construção de faixas laterais em extensão de cinco quilômetros e pouco mais do que isso. A informação dada pela representante da companhia no encontro desta segunda-feira, na Acij, revoltou empresários e políticos. 

Marco Antônio Corsini, ex-presidente da Acij e que acompanha o tema há muitos anos,foi claro e direto: “a rodovia está estrangulada e por vezes é criminosa. Vamos travar a economia com esta proposta. Morreram 364 pessoas na estrada em um ano. Uma morte por dia”! 

No encontro, a representante da Arteris Litoral Sul fez questão de afirmar: “ Vamos inaugurar o contorno de Florianópolis no dia 2 de agosto, com 50 quilômetros de extensão e custo de aproximadamente R$ 4 bilhões”.

 Ao reconhecer que o contrato de concessão pode ser modernizado, a executiva da empresa lembrou que a concessão, iniciada em 2008 expira em 2033, portanto daqui a nove anos. 

A repactuação do acordo com a Agência Nacional de Transporte Terrestre parece o mais provável. É óbvio. E a agência alerta: “a escolha das obras (a serem feitas) depende de vocês, apontando para a plateia). E, com absoluta franqueza, perguntou: “ a gente aguarda por uma nova concessão, a ser feita após 2033, e com suas implicações, ou se pode fazer um novo contrato com a Arteris”? 

A lógica é estender o contrato até 2048. Um ponto essencial da discussão será o valor do pedágio, considerando os investimentos a serem feitos. E aí reside uma dúvida gigante: os catarinenses e os motoristas em geral estarão dispostos a pagar muito mais para rodar na BR-101? 

Aliás, as 23 cidades cortadas pela rodovia federal representam 36 por cento do PIB catarinense e 23 por cento do PIB do Paraná. Portanto, merecem mais atenção. A ANTT lembrou que estão previstos R$ 1,1 bilhão em obras rodoviárias em Santa Catarina neste ano. 

Do lado empresarial, o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar foi enfático: “é preciso contratar consultoria e fazer estudos para analisar como será o futuro da BR-101. O líder empresarial defendeu a implementação de pagamento de pedágio de acordo com a quilometragem rodada por cada usuário da via. É justo. 

Mas será economicamente viável, já que o valor do pedágio teria de ser bem mais elevado? Aguiar, do alto de sua posição de líder empresarial catarinense, foi contundente: “não devemos desistir da concepção de construir uma rodovia paralela à BR 101. Precisamos de alternativa ao que nos apresenta a concessionária”.

 O deputado federal Darci de Matos foi eloquente: “só faltava governo e concessionária priorizarem obras no Morro dos Cavalos, na região Sul do Estado, enquanto se promete vias laterais no trecho de Joinville”. O presidente do fórum parlamentar catarinense, Valdir Cobalchini, disse que há possibilidade de rodovias federais em Santa Catarina entrarem  “no rol de concessões a partir do segundo semestre de 2025”. Sim. Esperar é preciso. Mas, mais do que isso, é fundamental continuar a pressão pela duplicação da BR-101.

Os colunistas são responsáveis pelo conteúdo de suas publicações e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Upiara.

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