Naatz resiste à entrada de Hildebrandt no PL: “O problema não é ele, é o combo”

Ao longo da semana foi se consolidando no núcleo duro do governo Jorginho Mello (PL) que a filiação do prefeito de Blumenau, Mario Hildenbrandt (Podemos), ao PL seria definida até o final do mês, que o novo integrante assumiria a presidência municipal da legenda e que uma conversa definitiva com o deputado estadual Ivan Naatz (PL) seria realizada até sexta-feira, com o retorno dele após as férias em Ushuaya, no extremo sul da Argentina.

O frio quase antártico não esfriou a cabeça e nem mudou as convições do parlamentar, que preside o PL do município e é opositor ferrenho da entrada do prefeito no partido do governador. Desde que chegou, Naatz tem evitado a conversa a sós com o governador Jorginho Mello – e tende a continuar assim, por enquanto. Conversei com ele na noite de quarta-feira e ele continua enfático na resistência ao projeto de aliar as máquinas do Estado e do município em uma candidatura comum nas eleições de outubro deste ano.

– O problema não é o Mario Hildebrant, é o combo. Passei seis anos construindo o partido, como eu vou dizer para essas pessoas que agora o Mario vai assumir a presidência do partido e trazer o pessoal dele? – questiona o parlamentar.

Naatz se filiou ao PL em fevereiro de 2020, quando conseguiu autorização judicial para deixar o PV – partido em que se elegeu deputado estadual pela primeira vez dois anos antes. Ele entende que Jorginho deve prestigiar aqueles que acreditaram em seu projeto político desde antes da filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro ao partido, no final de 2021. Cita como exemplo o caso do deputado estadual Carlos Humberto (PL), que deseja concorrer em Balneário Camboriú e enfrenta a resistência do prefeito Fabrício de Oliveira (PL), que defende a candidatura do ex-prefeito e ex-tucano Rubens Spernau.

Na avaliação de Naatz, o PL não precisa do apoio do atual prefeitura para vencer a disputa em Blumenau. Aposta na atual secretária-adjunta da Secretaria Estadual de Educação, Patrícia Lueders, como um nome de renovação que embalado pelo 22 de Bolsonaro e Jorginho pode ser uma alternativa viável contra a pré-candidatura do promotor aposentador Odair Tramontin (Novo).

A resistência de Naatz não deve impedir a filiação de Mário Hildebrandt e, possivelmente, da vice-prefeita Maria Regina Soar (PSDB) ao PL. Ela é o nome do atual prefeito para a sucessão – ainda bastante indefinida no PL. Além dela e de Patrícia Lueders, surgem na lista o deputado estadual Delegado Egídio, ainda filiado ao PTB e em negociação para aderir o MDB, e o ex-prefeito João Paulo Kleinübing, que atualmente presidente o BRDE.

Até abril, prazo final de mudanças de partido de interessados na disputa municipal deste ano, ainda tem muita conversa para acontecer.


Ivan Naatz está insatisfeito e não esconde. Foto: Bruno Collaço, Agência AL.

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