Fazer com que a cultura catarinense cresça e contribua mais à economia do Estado através de uma maior união com o Turismo será a missão de Rafael Nogueira à frente da Fundação Catarinense de Cultura. É o que disse o próprio durante entrevista ao quadro Plenário, da rádio som Maior, nesta sexta-feira. Nogueira ainda falou sobre a recente polêmica envolvendo sua nomeação após tuítes críticos ao carnaval, que fizeram com que sambistas e demais carnavalescos se opusessem, inicialmente, à sua posse.
Na conversa com Adelor Lessa, Maga Stopassoli e Upiara Boschi, o novo presidente da FCC falou de seus planos à frente da cultura catarinense e tentou mostrar que está apto para a função.
– Na primeira reunião o governador pediu para que eu prestasse atenção na economia da cultura. É fazer com que a cultura tivesse uma sustentabilidade, ao mesmo tempo uma compreensão de que a cultura traz, sim, valores econômicos. Tirar a imagem que se tem da cultura como algo que apenas gasta dinheiro, o que não tem nada a ver.
Para tal, cita a experiência prévia frente a secretaria nacional de Economia Criativa, em que teve contato com as Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc – grandes propulsores para o audiovisual brasileiro. Ele disse achar natural que haja resistências a seu nome por não ter vínculo com Santa Catarina.
– Acho natural que as pessoas questionem. No meu caso, quando trabalhei na secretaria nacional de Economia Criativa, no ano passado, estive muito próximo das Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc. Fui um dos responsáveis por fazer com que tramitassem no poder Executivo e achei muito positivas. A primeira, inclusive, é extraordinária para o setor audiovisual.
Nogueira disse que foram tiradas de contexto as frases sobre o carnaval que ele postou no Twitter. Nelas, o novo presidente da FCC dizia que “o carnaval é uma bela merda” e disse que o Brasil é uma “cloaca fedida” durante o período da festa. Segundo ele, as mensagens surgiram em um momento de desabafo e não refletem a visão dele sobre o carnaval enquanto cultura.
– As mensagens foram tiradas de contexto, expostas num momento em que eu tinha apenas seguidores privados, colegas e amigos capazes de interpretar um desabafo. Foram feitos em alguns anos atrás, em um contexto em que eu tinha ido aos Estados Unidos e sofrido algumas circunstancias no Brasil, como um assalto e outras questões profissionais e familiares. Lá, fiz este desabafo que não corresponde em nada a minha opinião sobre o carnaval enquanto cultura.
Também citando o período coordenando a Biblioteca Nacional e os projetos por ele alavancados durante a gestão, Nogueira avalia as demandas repassadas a ele pelo governador Jorginho Mello (PL) como factíveis, dado seu perfil de atuação.
– Meu perfil é de diálogo, de chamar os servidores, os especialistas de dentro ou de fora para colaborar e ajudar a planejar as atividades que vamos realizar nos próximos tempos. Também convidamos personalidades do samba, também estou ouvindo servidores que já tiveram cargo de chefia para que me passem o ponto que está e eu consiga analisar currículos. O governador me pediu para fazer parcerias com o Turismo, para trazer o know how de gestão para aprimorar a gestão daqui.