O explosivo crescimento populacional de Joinville e o caos na mobilidade

Trânsito em Joinville

Joinville é uma cidade de migrantes e de imigrantes. Assim ela se formou e se desenvolveu. O retrato desse crescimento pode ser medido por dados estatísticos do IBGE.

Especialmente nas últimas décadas, o salto impressiona. Os números, por si só, revela o que aconteceu.

Dizendo num modo simples e direto, desde a década de 1940 até os dias atuais, o município experimentou três períodos de extraordinário dinamismo e consequente aumento da sua população.

Assim: em 1940, Joinville tinha (sempre em números redondos) 30 mil habitantes. No intervalo de 20 anos, portanto no pos-guerra e início do processo de industrialização, chegou a 70 mil moradores, mais que dobrando o número.

E já dez anos depois, em 1970, havia 136 mil habitantes. Significa dizer que aumentou mais de 100 mil em três décadas.

Outros dados significativos surgem nos períodos subsequentes.

Por exemplo: de 1970 até 1990 (um intervalo de 20 anos, e que coincide com um momento de forte expansão dos negócios e das indústrias) o total de moradores pulou para 347 mil, alta de 155%.

Outra constatação importante: Joinville, desde então, vem absorvendo cada vez mais gente. Se desde 1970 até 1990 vieram mais 211 mil pessoas, fica fácil imaginar o impacto socio-economico que este impulso gerou no município, naquele período.

Demandas por mais moradias, mais escolas, mais saúde, mais infraestrutura urbana, mais tudo.

E tem mais: dos anos 2000 (quando Joinville tinha 429 mil residentes) até hoje, quando a população soma 616 mil habitantes, o acréscimo é de 187 mil pessoas.

Isso quer dizer que em 22 anos (o último dado oficial do IBGE data de 2022), mais 187 mil pessoas chegaram ou nasceram na cidade. O equivalente a toda a população atual de Jaraguá do Sul, que tem 182 mil habitantes.

Joinville viveu vários ciclos de migrantes que para cá vieram e fincaram raízes. Vou me ater aos períodos mais recentes.

Nos anos 1980 – especialmente a partir de 1984, quando aconteceu grande enchente em Tubarão e região, o fluxo de famílias cresceu. E cresceu ainda mais com a onda paranaense, que em massa acorreu para Joinville no final dos anos 1980 e anos 1990.

A percepção de que Joinville era um oasis de trabalho e tranquilidade se disseminou rapidamente.

Ainda hoje é vista dessa forma.

Por isso, mais recentemente, a partir dos anos 2000, foi (e ainda está sendo) um dos municípios brasileiros mais procurados por nortistas e nordestinos, além de gente de outras origens, inclusive estrangeiros.

Nos próximos anos, a perspectiva de mais e mais gente chegar por aqui parece natural, dadas as oportunidades de emprego e a localização geográfica da cidade no contexto brasileiro.

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