Operação Presságio: Ed Pereira será solto após decisão liminar do STJ

O ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, Ed Pereira, deve ser solto nesta sexta-feira após liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ed é suspeito de integrar um sistema de corrupção supostamente instalado na Prefeitura de Florianópolis e estava preso desde o dia 29 de maio deste ano.

O Ministro Antonio Saldanha Palheiro, do STJ, decidiu revogar a prisão preventiva de Ed Pereira, nesta quinta-feira (22).

De acordo com a própria decisão, Ed era apontado como, supostamente, membro de uma organização criminosa que praticava fraudes em licitações, corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e emissão de notas fiscais falsas, especialmente na Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte da capital catarinense.

A defesa de Ed, representada pelos advogados Cláudio Gastão da Rosa Filho, Nicoli More Bertotti e Rafaela Segatti, argumentou que a prisão preventiva era excessiva, pois o investigado já estava afastado de suas funções públicas e cumprindo outras medidas cautelares que garantiam a segurança do processo. O ministro concordou, afirmando que a prisão antes do julgamento deve ser uma medida extrema e que, neste caso, outras restrições são suficientes para garantir a ordem pública e o andamento da investigação.

Com a decisão, Edmilson responderá ao processo em liberdade, mas deverá cumprir as medidas impostas pela Justiça, como não se aproximar de testemunhas e não acessar repartições públicas relacionadas ao caso.

Segundo seu advogado, Claudio Gastão da Rosa Filho, o político deverá ser solto ainda nesta sexta-feira. Ed foi preso em maio por suposto envolvimento nas irregularidades investigadas na Operação Presságio. Segundo a defesa, a denúncia oferecida contra seu cliente guarda “um rosário de ilegalidades que poderão fulminar o processo”.


O dia da prisão

Em 29 de maio, a Polícia Civil explicou em seu inquérito que Ed Pereira é citado em áudios obtidos no celular de Renê Raul Justino, como recebedor de dinheiro público.

Durante a primeira fase da Operação, que começou em 18 de janeiro, a Polícia Civil realizou 24 mandados de busca e apreensão. Com a investigação, a Polícia Civil apreendeu documentos, computadores e quebrou sigilos bancários. Foi assim que chegaram nos nomes de Ed Pereira e a esposa, Samantha Brose, Fábio Braga e Renê Raul Justino.

A Polícia explicou, na época, que Renê é reconhecido por sua proximidade com Ed Pereira e já atuou como assessor parlamentar.

Outro ponto fundamental para a investigação foi a quebra de sigilo bancário de Samantha Brose, esposa de Ed Pereira, que revelou movimentações financeiras suspeitas. As investigações apontam que apesar do baixo salário de Samantha, próxima de um salário mínimo, foram identificados R$ 324.745,17 em transações no período investigado, iniciado em 2021.

A Polícia também encontrou 55 depósitos em dinheiro vivo na conta de Samantha, totalizando R$ 90.560,00. Alguns desses depósitos coincidem com saques realizados pelo advogado Andrey Cavalcante de Carvalho, também alvo da operação. As autoridades suspeitam que os recursos destinados a Samantha beneficiavam, na verdade, seu esposo, Ed Pereira.

Há ainda transações bancárias de R$ 16 mil realizadas por Renê Raul Justino, sob suspeita de serem encaminhadas para Ed por meio de Samantha.

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