Enquanto escrevia este texto, minutos antes do início da entrevista coletiva convocada pelo deputado federal licenciado Ricardo Guidi para anunciar se fica no PSD e enfrenta uma dura disputa interna pela condição de pré-candidato a prefeito de Criciúma ou se migra para o PL na condição de nome único da legenda para a disputa, o governador Jorginho Mello (PL) viajava a maior cidade do Sul do Estado e os pessedistas já sabiam que o parlamentar não iria ficar.
A decisão que desde o ano passado se tornou uma pergunta recorrente a qualquer comentarista político catarinense está tomanda. Sim, Ricardo Guidi vai trocar o PSD pelo PL.
Arrisca-se a perder o mandato de deputado federal por infidelidade partidária, mas garante uma candidatura a prefeito com o apoio do governador e sob o manto do bolsonarismo representado pelo número 22.
Uma decisão difícil. O ex-governador Raimundo Colombo (PSD) sempre dizia que às vésperas de decidir se renunciava à prefeitura de Lages, em 2006, para tentar uma incerta pré-candidatura a governador pelo PFL, a certeza e a dúvida sobre a decisão se alternavam ao longo do dia.
Em 2006, Colombo arriscou. Renunciou, não conseguiu ser candidato a governador, mas recebeu como Plano B a chance de ser senador na chapa que reelegeu Luiz Henrique (MDB).
Em uma das conversas que tivemos nas últimas semanas, contei essa história a Guidi. Ele se identificou. Não estava decidido ainda.
A decisão veio depois que o PSD estadual anunciou ter aceito a proposta de Arleu, Clésio e Júlio Garcia de escolher o candidato através de pesquisa eleitoral, como queria Guidi, mas apenas em julho, depois que não fosse mais permitido mudar de legenda.
Errou ou acertou? Teses não vão faltar.
O certo é que Guidi optou pela garantia de ser candidato.
O Plano B é uma disputa judicial pelo mandato ou um cargo no governo Jorginho, como o que ocupa hoje, como secretário de Meio Ambiente e Economia Verde.
Seus adversários serão os mesmos que teria internamente se espichasse até julho a disputa contra o pré-candidato Arleu da Silveira e seus padrinhos: o popular prefeito Clésio Salvaro e o experiente articulador Júlio Garcia, deputado estadual.
Agora o confronto deixa os bastidores, os rumores, as notas tortas. Ganha a ruas, as redes. É tempo de eleição em Criciúma.
E será eleição morro acima – tanto para Guidi, quanto para Arleu.
Foto: Ricardo Guidi vai deixar o PSD e concorrer a prefeito pelo PL.
Crédito: Zeca Ribeiro, Câmara dos Deputados.