Vereadoras ameaçadas de morte em Santa Catarina recorrem à Polícia Federal

As vereadoras catarinenses vítimas de ameaças de morte pediram apoio à Superintendência da Polícia Federal, nesta quarta, como proteção às ameaças de morte sofridas desde a última semana. Em audiência articulada pela deputada estadual Luciane Carminatti (PT) e o Movimento Humaniza SC, elas foram recebidas pela Superintendente, delegada Aletea Vega Marona Kunde.

– Foi uma reunião muito positiva, mostrou que a Polícia Federal já está bem ciente da situação, de todas as ameaças que as nossas vereadoras estão enfrentando. Após ouvir os relatos das vítimas, a superintendente nos assegurou que, dentro das atribuições da PF, o caso seguirá sendo acompanhado e medidas, tomadas, se necessárias.

Vítima do episódio de violência política e de gênero que desencadeou a onda de ameaças, Maria Tereza Capra (PT) destacou que a busca de apoio na esfera federal é amparada pela inclusão das vereadoras no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) do Ministério dos Direitos Humanos.

– Isso nos coloca na condição de contarmos com a PF dentro do estado – explicou a vereadora cassada de São Miguel do Oeste.

A vereadora de Florianópolis, Carla Ayres (PT), justificou a necessidade do pedido de apoio à Polícia Federal.

– Essas ameaças não são um fato isolado, embora neste caso pareça orquestrado, ao longo dos nossos mandatos recebemos esse tipo de ataque de forma recorrente. Então, sim, é necessário.

Ao sair da audiência, a vereadora de Criciúma, Giovanna Mondardo (PCdoB), disse estar mais tranquila.

– Saber que a Polícia Federal, dentro das suas atribuições, está acompanhando o caso, também contribui para que não nos sintamos sozinhas nesse episódio que é crítico para Santa Catarina. Cinco vereadoras ameaçadas de morte e a crescente de células neonazistas no Estado nos obriga a ficar alertas, mas saímos mais esperançosas.

As ameaças começaram após as manifestações de solidariedade das colegas parlamentares a Maria Tereza, que teve seu mandato cassado na última sexta-feira em São Miguel do Oeste.

As intimidações foram recebidas por e-mail por cinco mulheres parlamentares de Santa Catarina: as vereadoras Maria Tereza Capra, de São Miguel do Oeste, Carla Ayres, de Florianópolis, Giovana Mondardo, de Criciúma, Ana Lucia Martins, de Joinville e Marlina Oliveira, de Brusque.

A Polícia Civil de Santa Catarina segue investigando o caso.


Sobre a foto em destaque:

Na foto, as vereadoras Carla Ayres (PT) e Giovanna Mondardo (PCdoB), com a deputada estadual Luciane Carminatti (PT) e a vereadora cassada, Maria Tereza Capra (PT), primeira vítima da onda de ataques.

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