O deputado estadual Antídio Lunelli, uma das lideranças que mais trabalhou pelo apoio formal do MDB a Jorginho Mello (PL), no segundo turno eleitoral no ano passado, é agora também uma das vozes mais críticas a um dos projetos considerados mais estratégicos deste início de governo.
Se até poucos dias atrás, os apontamentos contrários à proposta eram feitos a portas fechadas em conversas entre deputados e também com integrantes do governo, Lunelli parece ter perdido a paciência e nas últimas semanas tem feito questionamentos públicos em relação à iniciativa.
Na semana passada, em audiência pública sobre o Plano 1000, o parlamentar chegou a dizer que é incoerente o discurso de preocupação com as contas públicas proferido pela administração estadual com o programa Universidade Gratuita.
– O ensino que compete ao Estado é o Médio e não estamos fazendo o dever de casa. Temos escolas em péssimas condições, professores mal remunerados e cerca de 56 mil alunos longe da sala de aula.
O deputado também enfatizou que, no seu entendimento, se o governo planeja dar bolsa de estudo universitária deveria beneficiar o aluno que precisa e não as instituições.
– Se o Estado vai dar bolsa, que seja para quem realmente precisa, prestigiando o CPF e não o CNPJ. Assim, o estudante pode escolher onde quer estudar”.
Pela proposta do Estado, 80% das vagas do sistema Acafe e 20% das vagas das universidades privadas serão custeadas pelos cofres públicos.
Caso o projeto seja aprovado pela Assembleia Legislativa, o investimento no segundo semestre deste ano com o Universidade Gratuita será de R$ 228 milhões. Já no último ano, quando todas as 75 mil vagas previstas pelo programa estarão sendo custeadas pelo Estado, o custo projetado é de R$ 1,2 bilhão.