Igrejas, farmácias, pet shops e cafés: os negócios que crescem em Joinville

Café, igreja e farmácia em Joinville. Imagem gerada por Inteligência Artificial

Um olhar minimamente atento percebe algumas situações novas (novas do ponto de vista historiográfico) em Joinville. A crescente instalação de estabelecimentos voltados a segmentos variados, porém com profunda repercussão na vida das pessoas.

Em Joinville – e certamente também em outros municípios em expansão populacional – se constata a explosão de atividades. O que até dez anos era supérfluo e/ou menos visível, passou a se destacar na paisagem urbana da cidade.

Falo do que?

Falo de templos religiosos, de farmácias, pet shops e também de cafeterias. Estes estabelecimentos estão por todo lado. Para onde se olha, acha-se pelo menos um destes negocios.

Na região central, no centro expandido, e em vias de fluxo grande de pessoas nos bairros mais periféricos, é fácil encontrar templos religiosos. A maioria de igrejas ditas evangélicas, com imensa diversidade de denominações. Este fenômeno social e econômico se espalhou na última década, acompanhando o crescimento demográfico da população, mediante migração para Joinville. Aí, surgem, cada vez mais, templos para atender demandas de uma sociedade carente e desavisada. Em busca de cura para seus males espirituais, entrega parte do seu suado dinheirinho, religiosamente, a cada mês.

Em Joinville há 816 templos religiosos, praticamente 5 por cento do total do Estado: em Santa Catarina funcionam 16.181. No Brasil são 579.700.

Os números são oficiais, do IBGE.

Se há unidades que pretendem resolver questões emocionais e propagam possibilidade de curas pela via da crença e da fé, há, também, outras unidades de negócios que vendem produtos originados de pesquisa e ciência: as farmácias.

Só no triênio 2019/2021 foram abertas 1274 farmácias no Estado. Sempre numa crescente,ano a ano. Em 2019 foram 337; no ano seguinte surgiram 373 e em 2021 mais 564.

Significa dizer, que as pessoas estão cada vez menos aptas a conviver saudavelmente. E por isso procuram soluções nos planos espiritual e com profissionais da área da saúde.

Assim, alguns dados nos ajudam a entender o que acontece: há, no Brasil 247.502 estabelecimentos de saúde. Praticamente que o mesmo número de escolas: 264.400.

E não é só.

Outra característica da era contemporânea são a profusão de pet shops, facilmente de serem notados. Muito mais que tosa e banho, estes lugares oferecem hospedagem, mimos variados para cães e gatos. Inclusive há lojas especializadas na venda de produtos naturais para pets.

Sim, as pessoas não querem mais ter filhos. Então adotam/compram pets. E os tratam como filhos.

A onda pet é tão grande que restaurantes e shoppings avisam e fazem propaganda: “somos pet friendly”.

Esse fato provoca um outro: a inclusão de pets afasta quem apenas quer jantar e conversar. Ou simplesmente fazer compras.

Em Joinville um quarto fenômeno acontece nos últimos anos. O aumento do número de cafeterias. Elas estão por todos os cantos. E apostam no público classe média e classe alta, que tem tempo para se deliciar com itens variados, passar horas, no período da tarde, conversando naquilo que se convencionou chamar de ócio. E nem sempre tão criativo.

Há alguns anos, o Sebrae fez estudo para identificar o que caracteriza Joinville. Qual sua identidade. Uma das perguntas era: – o que você lembra quando se fala em Joinville? Várias das respostas convergiram para as palavras docerias, cucas.

Na falta de consensos definitivos, Joinville se intitula “Cidade da Dança” – por causa de um evento anual de 11 dias.

Resumindo: cuide da tua saúde mental, faça exercícios regularmente, evite o stress tanto quanto possível, e se alimente bem.

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