O Brasil sempre foi um país colonizado. Há mais de 500 anos. E continuamos assim. Mudou o colonizador. Mudaram as formas de colonização.
Não se trata, mais, de invasão pelo mar. Nem de ataques piratas. Nem somente de dependência econômica. E nem de submissão a países vizinhos. Nem tampouco, falo de nosso subdesenvolvimento.
Isso tudo já está muito bem explicitado em livros excelentes de historiadores idem.
Estas etapas foram vivenciadas, apesar de ainda estarmos presas a algumas delas.
O assunto aqui é outro. Falo do colonialismo cultural, comportamental.
Antes que uns e outros me rotulem de saudosista ou desavisado, aviso: não é nada disso.
O texto que segue é uma simples reflexão sobre como a globalização capturou mentes e corações
Nos últimos 30 anos, mudou a maneira como as pessoas, no mundo corporativo/empresarial se relacionam.
A língua e a linguagem é outra. O português virou quase um código. Vejamos.
- No mundo globalizado somos BRAZIL. Nunca BRASIL.
- Quando alguém quer que você faça um resumo, dirá: me manda um BRIEFING.
- Poucos minutos antes de começar a reunião, vai surgir um aviso no teu celular ou computador: não esqueça do MEETING.
- Se for necessário demonstrar uma tarefa ou trabalho importante, a pessoa vai te narrar um CASE.
- Muitas vezes, depois das reuniões (ops, MEETINGS), parte da equipe precisa estar preparada para o momento seguinte. Para isso dirão que é fundamental fazer COACHING, e não apenas treinamento.
- Claro que em qualquer organização, o trabalhador tem de cumprir suas tarefas em determinado tempo. O COACH vai te dizer qual é o teu DEADLINE. E não dirá prazo para terminar.
- Na sequência de uma missão dada – e não importa se foi cumprida, ou não – você será chamado para uma conversa. Ele, o teu gestor, vai te dar um FEEDBACK. E não um retorno ao que você realizou.
- Concluida a tua tarefa, (se tiver sido bem feita), ele vai te cumprimentar porque fez teu JOB muito acima das expectativas da empresa.
- E talvez até te pague um curso IN COMPANY.
- Em todas as equipes, há aqueles que se destacam mais do que os demais. Estes apresentam, por vezes, INSIGHTS inovadores (e não boas ideias).
- A organização de conceitos e modos de ser e de agir são naturalmente sistematizados nas corporações, de modo que todos sigam o modelo. É o MINDSET. E não mentalidade.
- Ninguém vive longe da convivência social. Somos gregários, por natureza. Por isso, estamos interagindo e temos o nosso NETWORKING – e não nossa rede de contatos.
- Como o mundo, e as sociedades, se transformam cada vez mais rapidamente, sempre haverá novas TRENDS (e não tendências).
- Logicamente, depois de uma reunião (ops, MEETING), alguém será responsável por fazer um REPORT (e não um relatório).
- Este profissional certamente tem as SKILLS (e não habilidades) adequadas para desempenhar a tarefa.
- Há momentos nas empresas que não requerem MEETINGS. Basta um PITCH (e não uma apresentação breve) a respeito daquilo que se quer comunicar.