Ed Pereira, ex-secretário de Turismo de Florianópolis, é preso na Operação Presságio

Operação Presságio cumpre mandatos nesta quarta-feira, entre eles o ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Ed Pereira.

O ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, Ed Pereira, foi preso nesta quarta-feira. Além dele, o ex-diretor de Projetos da Fundação Franklin Cascaes, Renê Raul Justino e o professor terceirizado Lucas da Rosa Fagundes. As informações são do colunista Anderson Silva, do NSC Total.

Segundo as investigações, ambos são investigados por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção em Florianópolis.

Ed Pereira é citado em áudios obtidos no celular de Renê Raul Justino, como recebedor de dinheiro público.

Durante a primeira fase da Operação, que começou em 18 de janeiro, a Polícia Civil realizou 24 mandados de busca e apreensão. Com a investigação, a Polícia Civil apreendeu documentos, computadores e quebrou sigilos bancários. Foi assim que chegaram nos nomes de Ed Pereira e a esposa, Samantha Brose, Fábio Braga e Renê Raul Justino.

A Polícia explica ainda que Renê é reconhecido por sua proximidade com Ed Pereira e já atuou como assessor parlamentar.

Outro ponto fundamental para a investigação foi a quebra de sigilo bancário de Samantha Brose, esposa de Ed Pereira, que revelou movimentações financeiras suspeitas. As investigações apontam que apesar do baixo salário de Samantha, próxima de um salário mínimo, foram identificados R$ 324.745,17 em transações no período investigado, iniciado em 2021.

A Polícia também encontrou 55 depósitos em dinheiro vivo na conta de Samantha, totalizando R$ 90.560,00. Alguns desses depósitos coincidem com saques realizados pelo advogado Andrey Cavalcante de Carvalho, também alvo da operação. As autoridades suspeitam que os recursos destinados a Samantha beneficiavam, na verdade, seu esposo, Ed Pereira.

Há ainda transações bancárias de R$ 16 mil realizadas por Renê Raul Justino, sob suspeita de serem encaminhadas para Ed por meio de Samantha.

O que diz a defesa dos envolvidos:

Representante de Ed Pereira, o advogado Claudio Gastão da Rosa Filho enviou uma nota oficial:

Acompanhei meu cliente hoje de manhã no interrogatório na DEIC. Como ainda não tivemos acesso ao inquérito, ele optou por permanecer calado, não para exercer o direito constitucional, mas sim porque pretende prestar todos os esclarecimentos a partir do momento em que ele conhecer o conteúdo de toda a investigação.

Eu terei acesso ao decreto de prisão somente à tarde, de modo que até lá não terei como me manifestar acerca dos fundamentos pelos quais o juiz entendeu agora decretar a prisão de uma pessoa primária, sem antecedentes, que estava colaborando com as investigações e sempre esteve à disposição da Justiça.

Claudio Gastão da Rosa Filho

Já a defesa de Renê Raul Justino, o advogado Pedro Queiroz, declarou que:

A defesa de Renê Raul Justino recebe com veemente irresignação e preocupação com o Estado Democrático de Direito essa nova medida extrema em face de seu constituinte.

Quanto a primeira medida, já havia recentemente se manifestado nos autos exigindo a nulidade na prova decorrente da busca e apreensão de seu aparelho celular, diante da comprovada ausência do cumprimento do dever de esclarecimento ao acusado de seus direitos constitucionais ao silêncio, de não produzir provas contra si mesmo e de consultar seu advogado. Entende a defesa técnica, nos termos e fundamentos da petição que acompanha na íntegra a presente nota que naquela ocasião, na presença de delegado e escrivã de polícia, Renê foi questionado (e portanto, efetivamente interrogado), a fim de esclarecer “onde estaria seu celular” e “qual seria a senha”, caracterizando verdadeiro interrogatório.

A petição referida foi há poucos dias indeferida pelo juiz de piso e contra tal decisão recorreremos até o Supremo Tribunal Federal se necessário for, diante da clarividência de tamanha ilegalidade.
Quanto a medida de hoje, sua nulidade decorre do que chamamos da “teoria do fruto da árvore podre” ou seja, uma vez embasada em provas obtidas por meio ilícito, trata-se de medida igualmente arbitrária e ilegal.

Surpreende, em ambos os casos, o mais absoluto destemor das autoridades policiais e políticas na promoção destas medidas contra o ex-secretário Ed Pereira, sua esposa e seus aliados próximos, sempre vinculados não coincidentemente a decisões políticas pessoais deste grupo; primeiro em não se filiar ao Partido Liberal do Governador Jorginho Melo e agora diante da ruptura entre o ex-prefeito Gean Loureiro e seu ex e agora atual Prefeito Topazio Neto.

Não é difícil concluir que estamos a passos largos de um Estado Policialesco, pois não por outro motivo essa nota encontrará eco nas páginas políticas dos periódicos mais sérios deste país, e não de suas páginas policiais.

São tempos difíceis e tempos difíceis precisam de jornalistas e advogados comprometidos com a liberdade de expressão e do exercício dos direitos e garantias constitucionais de qualquer cidadão, e neste caso de Renê Raul Justino”, escreve em nota.

Por fim, a defesa de Lucas diz que “das 23 laudas do inquérito, apenas em um parágrafo consta o nome do meu cliente como emissor de algumas notas fiscais. Estas notas foram emitidas por ser o mesmo formado em educação física e ministrou aulas de Handebol. Ele desconhece os fatos que envolveram os demais acusados. No celular dele apreendido nada consta conversas relacionados com os envolvidos, colocou a conta bancária à disposição da justica, bem como colaborou ao prestar depoimento na Delegacia relatado o aqui colocado. Sua inocência será provada nos autos. Estou entrado com pedido de revogação da prisão”.

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