Com a histórica conquista da primeira cadeira do Psol na Assembleia Legislativa servindo como um termômetro eleitoral, o recém-eleito deputado estadual Marquito não descarta disputar a prefeitura de Florianópolis em 2024. Durante a Live do Upiara no Jazz Inn desta terça-feira, o vereador também avaliou os possíveis cenários na disputa para o executivo da Capital.
Marquito, que foi o segundo vereador mais votado em 2016, o mais votado em 2020 e o primeiro deputado estadual de seu partido a ser eleito para o cargo, se mostra entusiasmado com a possibilidade de candidatura. Mas diz, também, que tudo depende de entendimento e da formação de um “campo” pelo partido.
– Eu tenho essa vontade, tenho disposição e acho que os resultados eleitorais demonstram que é o momento oportuno para ser candidato a prefeito de Florianópolis. Mas uma candidatura é também resultado de uma construção interna do partido e também como construção de um campo. Mas estou disponível, acho que é um grande momento para fazer isso e quero declarar para todas as pessoas do Psol ou não, mas vai depender também do debate interno. Mas vou colocar meu nome à disposição com certeza.
Parte da estratégia aproveita da onda do ano passado, em que Décio Lima (Pt) aglutinou forças à esquerda em torno de sua candidatura. O resultado foi uma passagem, também histórica, ao segundo turno das eleições para o governo do Estado, em que foi derrotado por Jorginho Mello (Partido Liberal) e a avassaladora maré do 22. Jorginho, no entanto, não tem um candidato natural para apoiar na disputa pela prefeitura de Florianópolis – e nem tampouco Florianópolis é uma cidade que vota como o resto de Santa Catarina. Houve paridade entre Décio e Jorginho; Lula e Bolsonaro. Marquito cita este fato, assim como destaca o substancial aumento dos votos de Lula no Sul da Ilha, região que, por costume, é importante à esquerda.
– Se essa unidade se manter, temos chances concretas de disputar a prefeitura de Florianópolis. Inclusive, arrisco a dizer que temos quase garantia de ir a um segundo turno a partir dessa leitura. Agora, se a esquerda se dividir, as coisas podem tomar um novo cenário.
Com a virada para janeiro, muitos nomes começam a ser especulados como adversários no segundo turno projetado por Marquito. Topázio Neto deve concorrer, assim como algum nome indicado por Gean e outro candidato ligado à direita – que ainda não tem um rosto definido. O pessolista diz que, antes de conjecturar a este nível, o partido deve primeiro encarar como adversária a própria articulação interna.
– O adversário da esquerda é, primeiramente, construir internamente com muita harmonia. Segundo, acho que a direita vai inicialmente lançar e pulverizar um número significativo de candidatos. Aí vem a habilidade política do Topázio, que vai estar com a estrutura na mão, e de alguns partidos, principalmente aqueles que o Pl vai apoiar a partir do governo do Estado. O Jorginho vai querer imprimir, obviamente, e o Mdb desmanchou em Florianópolis, não é aquela força como historicamente foi. E ao mesmo tempo vemos as candidaturas de extrema-direita, mas não vejo aparecendo neste cenário – completa, dizendo que hoje há quatro candidaturas à direita que deverão ser encaradas por um único bloco coeso de esquerda.