Alan Schöeninger escreve artigo em que apresenta a capacidade de captação de recursos estaduais, federais e internacionais como uma garantia de autonomia para as prefeituras projetarem o desenvolvimento de seus municípios.
Quando tratamos da gestão municipal, um dos aspectos mais críticos – e ao mesmo tempo promissores – é a capacidade de uma prefeitura em captar recursos. Para que um gestor público alcance êxito na administração de sua cidade, entender e aprimorar os mecanismos de captação de recursos é uma tarefa que deve estar no topo de sua agenda.
A captação de recursos é mais do que uma atividade burocrática; é a via pela qual se garante mais e melhores serviços à comunidade. Com orçamentos que raramente cobrem todas as necessidades locais, olhar além das fontes de renda tradicionais torna-se uma necessidade. Isso significa explorar programas federais, estaduais e internacionais, além de buscar parcerias com o setor privado.
Nesse cenário, surge a pergunta: como as prefeituras estão estruturando esse imprescindível setor dentro de suas administrações?
A resposta passa pela urgente necessidade de criar ou fortalecer os departamentos destinados à captação de recursos, dotando-os não apenas de pessoal, mas também de um planejamento estratégico que olhe para além do horizonte imediato.
Uma prefeitura proativa e altamente capacitada nessa área consegue mais do que recursos – conquista autonomia para desenhar o futuro do município em suas próprias linhas, implementando projetos que refletem as necessidades e desejos de seus habitantes. Tais projetos podem abranger desde a construção de novas escolas e hospitais até a revitalização de parques e a promoção da cultura local.
Captação demanda funcionários bem treinados
A capacitação dos servidores nessa área de atuação também é fundamental no bom andamento de um projeto viável de ser captado recurso. Funcionários bem treinados são cruciais. Eles precisam estar atualizados com as complexas legislações, sistemas e portais de gestão de convênios, e ser proficientes na elaboração e gestão de projetos que passarão sob o crivo de instâncias superiores.
Cursos, seminários, treinamentos e consultorias não são despesas, são investimentos que se revertem em competência e, finalmente, em recursos tangíveis.
Para a população, compreender a importância deste assunto significa reconhecer as engrenagens por trás de cada obra inaugurada, cada novo serviço oferecido. Quando uma prefeitura capta recursos de forma eficiente, está, na verdade, construindo uma cidade com mais saúde, educação e qualidade de vida para seus cidadãos.
Os gestores devem encarar a captação de recursos como uma habilitação vital em suas administrações. Tornem tal área uma prioridade e verão suas cidades se desenvolverem ainda mais.
Em um ano eleitoral, cabe também a sociedade demandar e apoiar a existência de um sistema bem elaborado de gestão de projetos e captação de recursos em nossos municípios. Com isso, damos um passo significativo rumo a um futuro mais próspero e justo para todos.
Alan Schöeninger é gestor público e especialista em captação de recursos e relações governamentais.
